O apresentador José Eduardo, conhecido como Bocão, da TV Itapoan, chamou atenção na última semana ao criticar a cobrança de R$ 50 para a entrada em Morro de São Paulo, um dos destinos turísticos mais populares do Brasil, localizado no município de Cairu, Bahia. A tarifa, chamada de Tarifa pelo Uso do Patrimônio do Arquipélago (TUPA) , existe desde 2017 e substituiu a antiga “taxa de turismo”, instituída em 2006.
O município de Cairu, que abriga 26 ilhas e é o único arquipélago oficial do país, justifica a cobrança com base nos desafios de preservação ambiental, cultural e estrutural da região. Em resposta às críticas, o prefeito Hildecio Meireles, que está em seu quinto mandato, publicou um vídeo nas redes sociais para defender a importância da TUPA.
Segundo Meireles, a arrecadação é fundamental para serviços como a coleta de lixo. Ele destacou que cerca de 30 toneladas de resíduos são retiradas diariamente do arquipélago , transportadas para Valença e, posteriormente, destinadas a um aterro sanitário em Santo Antônio de Jesus. “Sem essa tarifa, seria inviável manter a limpeza e os serviços necessários para uma região tão visitada e sensível”, explicou.
Além da gestão de resíduos, os recursos oriundos da TUPA também financiam melhorias na infraestrutura turística, especialmente durante a alta temporada, quando o fluxo de visitantes cresce significativamente. Medidas semelhantes são adotadas em outros destinos brasileiros, como Fernando de Noronha (PE) e Jericoacoara (CE), com foco na preservação do patrimônio e na manutenção da qualidade dos serviços.
Impacto positivo
As relações de moradores da região apontam que a arrecadação gerou benefícios concretos. Entre as melhorias estão a manutenção da limpeza, a fiscalização ambiental, a preservação de bens históricos e a adequação da infraestrutura, tanto para turistas quanto para os habitantes locais.
Ainda assim, a cobrança continua gerando debate. Para alguns, a tarifa é um custo necessário para proteger um dos cenários mais belos e únicos do Brasil. Para outros, é um empecilho que pode afastar visitantes.
O caso levanta uma reflexão importante sobre o equilíbrio entre o desenvolvimento do turismo e a preservação ambiental, além de questionar como os recursos arrecadados podem ser melhor utilizados para beneficiar todos os envolvidos.